sábado, 7 de julho de 2012


FORD F600. IRFM - MATARAZZO

Em 1917, a Ford produziu seu primeiro caminhão, feito sob a carroceria do modelo T e batizado de Model TT, iniciando assim uma longa tradição da FORD no segmento de veículos de carga. Nesse mesmo ano, sendo Henry Ford filho de agricultor, compreendeu a necessidade e a utilidade de aplicar a tecnologia do automóvel ao processo da agricultura, criando juntamente com seu filho Edsel a Henry Ford & Son Corporation, destinada a conceber apenas tratores agrícolas.
Os Modelos TT foram importados pela Ford, desde o início das operações da filial brasileira, em 1919.

A Ford do Brasil lançou o seu primeiro caminhão nacional, o F-600, que saiu da linha de montagem em 26 de agosto de 1957, seguindo o Plano de Metas do governo de Juscelino Kubitschek. O índice de nacionalização era de 40% com o motor V8 a gasolina ainda importado.
Em 1958 passou a receber o motor V8 Y-block produzido no Brasil
O papel da Ford Caminhões, no início da década de 1960, foi fundamental para um dos acontecimentos mais importantes do país: a construção de Brasília. Foram os caminhões da marca que transportaram materiais para que a cidade projetada pudesse existir. Neste período, já eram 30 mil veículos circulando pelo Brasil, chegando até os lugares mais distantes, como Roraima.

Francisco Matarazzo Junior começou uma nova era no Grupo IRFM, trazendo a empresa para os ramos químicos, papeleiro e de álcool.
Em 1939, inaugurou o Edifício Conde Francisco Matarazzo, em homenagem a seu pai , foi a sede da empresa durante 40 anos.
Nesta época o grupo teve um desenvolvimento surpreendente inauguraram-se fábricas de seda, de celulose, celofane (a primeira na América do Sul) , fábricas de cimento (cimento Zebu), fábrica de cal, fábrica de conservas, fábricas alimentícias (pasta de amendoim e polpa de frutas e a tradicional marca Petybon linha de massas e biscoitos ), lança a primeira margarina vegetal do país (Margarina Matarazzo) , lanifício, fábrica de caixas de papelão ondulado feito a partir do bagaço da cana (atividade pioneira no país), fábrica de inseticidas...

A historia do Grupo Matarazzo é riquíssima de exemplos de dedicação e empreendedorismo, mas também de erros de gestão cometidos principalmente por Chiquinho Matarazzo quando esteve a frente do fabuloso império.
Após a segunda guerra mundial, a economia nacional estimulava a industrialização de bens de capital e bens semiduráveis. O então presidente Juscelino Kubitschek convidou Chiquinho a participar de uma sociedade, para instalação de uma montadora de automóveis no Brasil, a Volkswagem.
O Conde desdenhou, ou talvez, não tenha levantado informações suficientes para uma melhor avaliação da tendência da época, e não aceitou associar-se no projeto.

Alguns números confirmam o complexo empresarial. Chegou a empregar 6% da população paulistana nas suas 365 fabricas. Hoje o patrimônio seria equivalente a mais de 20 bilhões de dólares e nos anos 30, a renda bruta do conglomerado era a quarta maior do Brasil. Faturavam mais que o grupo Matarazzo, apenas a União Federal, o Departamento Nacional do Café e o Estado de São Paulo.
A partir da década de 60 o desempenho do Grupo Matarazzo começa a ser afetado, porém novas fábricas são abertas. Em 1969 sentindo a pressão das multinacionais que vinham com know how avançado e publicidade, atributo pouco utilizado na IRFM, fecha pela primeira vez na história seu balanço com saldo negativo.

No ramo do comércio, o Grupo marcou presença com os Supermercados Superbom. A rede foi vendida posteriormente ao Pão de Açúcar que aos poucos foi desativando a bandeira.
Na década de 70, inaugura o Shopping Center Matarazzo, na Água Branca (SP). Em 1972, após uma viagem da Holanda, o Conde Chiquinho traz consigo o perfume que marcaria décadas, o famoso Framcis, marca de sabonete até hoje presente no mercado.

Após 40 anos de atividade a frente do Grupo Matarazzo, o Conde Chiquinho morre, e deixou o controle para a filha Maria Pia.

CONTINUA...