TRÓLEBUS CMTC - LOJAS ARAPUÃ
A CMTC teve papel importante na história do
trólebus no Brasil. De 1949, quando foi inaugurada a primeira linha de ônibus
elétrico,até 1957 a empresa importou os veículos dos Estados Unidos, Inglaterra
e Alemanha.
Em 1963 a própria companhia montou as carrocerias para trólebus
em suas
oficinas, com componentes da empresa carioca Metropolitana montadora
de ônibus, da qual a CMTC adquiriu grande quantidade de veículos.
Foram
fabricados 144 trólebus, utilizando componentes de seus primeiros
veículos,de antigos ônibus desativados e até mesmo sobre chassis
inteiramente novos. Este feito com certeza deu um grande fôlego para o sistema.
Em 1977 a CMTC começou a desenvolver o projeto SISTTRAN, um amplo estudo
para a revitalização de seu sistema de trólebus, e preparou as especificações
técnicas dos veículos de moderna concepção que a indústria nacional passaria a
fabricar. O Plano SISTRAN vem justamente num período em que a estagnação dava as
cartas ao sistema trólebus.
Tratava-se de um audacioso projeto que foi
proposto pela administração do ex-prefeito Olavo Setúbal, que promoveria uma
total modernização do sistema e na tecnologia dos ônibus elétricos. Olavo
Setúbal era engenheiro e um grande incentivador do trólebus como forma de
reduzir a poluição, que já na época apresentava níveis preocupantes.
Foi
através do Sistran que uma nova geração de veículo seria apresentada a
população. Eram previstos 1.280 trólebus e 280 km de rede aérea que se
juntariam aos 115 km existentes, com os veículos rodando em corredores
exclusivos, reforçando a ideia de se ter o ônibus elétrico em vias segregadas
destacando suas vantagens. Entretanto após sequências de descontinuidades do
projeto, a CMTC se arrastou até os anos 90, quando em abril de 1994 foi feita a
privatização, incluindo do sistema de trólebus.
O prefeito da época Paulo
Maluf alegava que a companhia operava de forma precária. A frota e as linhas
foram divididas em três grupos, de acordo com a área de atuação de cada garagem
existente.
Jorge Simeira Jacob, fundador do grupo Fenícia ( fábrica de
chocolates Neugebauer ,Etti, construtora Lotus ... ) e das Lojas Arapuã,há 50
anos, quando tinha apenas 17 anos de idade, Simeira Jacob recebeu a visita de um
advogado para comunicar-lhe um pedido de falência contra a empresa que herdara
do pai: a loja de tecidos Nossa Senhora Apparecida, na cidade de Lins, no
interior de São Paulo. Passou a noite em claro, mas levantou da cama no dia
seguinte com a solução. Estava decidido a procurar o juiz e oferecer o pagamento
de 50% de suas dívidas. Com aval dos credores, o juiz desbloqueou a conta
bancária do menor. Equacionado o problema, Simeira Jacob deu início à expansão.
Em 1957 inaugurou a segunda loja em Lins, seguida de outra fora da cidade.
Foi quando percebeu a necessidade de mudar a razão social da empresa e também o
ramo de atividade. Nascia ali a Arapuã, que chegou a registrar vendas brutas
superiores a R$ 2 bilhões.
A Arapuã foi uma das maiores redes de
eletroeletrônicos do país até 1998, quando entrou em concordata. Até 2008,as 14
lojas que ainda restavam da Arapuã passaram a vender vestuário popular, com o
nome fantasia Sete Belo, porque a empresa não conseguia crédito com os
fornecedores de eletrodomésticos.
Desde que a empresa pediu concordata, o
empresário Leo Kryss, dono da Evadin, vem empreendendo uma batalha nos tribunais
contra a família Simeira Jacob, pedindo a falência da Arapuã.
Ex-fabricante
dos televisores com a marca Mitsubishi no Brasil, a Evadin era uma das maiores
fornecedoras da Arapuã.
A falência foi decretada em 2002, mas a rede
varejista conseguiu reverter a decisão no ano seguinte, quando o Tribunal de
Justiça aprovou o plano de salvamento da empresa. Segundo o advogado da Evadin,
a fabricante de televisores é a maior credora da Arapuã e tem a receber mais de
R$ 230 milhões.