sexta-feira, 25 de janeiro de 2013


SEQUESTRO EMBAIXADOR AMERICANO CHARLES ELBRICK  ( DCG - ALN - MR 8 ).

Um dos episódios mais tensos da história do Brasil foi o sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick, em 1969, no Rio de Janeiro. 
No dia 04 de setembro de 1969, as 14:40 hs,o Fusca azul guiado por Cid ( no banco de trás do fusca estava Franklin Martins ), bloqueou a rua Marques, no bairro de Botafogo, no momento em que passava o Cadillac preto em que estava Elbrick.
Enquanto o Fusca azul bloqueava a passagem, um Fusca vermelho com João e Vera a bordo, parou atrás do Cadillac.
Foi quando outros quatro guerrilheiros que estavam na calçada (Paulo, Manoel, Cláudio e Virgílio ), invadiram o carro do embaixador,armados cada um com uma Tauros calibre 38.
Toda a operação foi vigiada de perto por José Moura.
Eles renderam o embaixador e seu motorista, tomaram o Cadillac e o estacionaram em uma rua pouco movimentada. O motorista foi deixado no veículo com um bilhete em que estavam descritas as exigências para o resgate. 


Enquanto os guerrilheiros levavam o embaixador para uma Kombi verde, ele tentou fugir, mas foi impedido com uma coronhada na cabeça. Eles seguiram direto para o cativeiro, um sobrado de cinco dormitórios na rua Barão de Petrópolis, zona norte do Rio, onde o esperavam Joaquim Câmara e Fernando Gabeira.
O grupo completo era formado por 12 integrantes. A ação foi comandada pela Dissidência Comunista da Guanabara, que contava com oito guerrilheiros, e convidaram a ALN (Ação Libertadora Nacional), que enviou quatro pessoas de São Paulo.
Eles acreditavam que a ação conjunta estimularia a unificação da esquerda. 


O manifesto deixado no carro foi assinado pela ALN e pelo MR-8. Foi assim que a Dissidência passou a se intitular a partir de então.
A intenção do grupo era provocar os militares, que haviam acabado com um outro grupo guerrilheiro de mesmo nome meses antes.
O manifesto exigia a libertação de quinze presos políticos em troca da vida de Charles Elbrick, e a sua publicação na imprensa.
O objetivo era salvar os presos políticos, mas a ação representava muito mais. Tinha um impacto político internacional e era um golpe na propaganda dos militares que falava sobre um Brasil potência. 


Elbrick ficou no cativeiro de quinta feira até domingo, quando foi deixado às 18h30 no Largo da Segunda feira, zona norte da cidade. Ele voltou para casa de táxi. Depois do seqüestro, retomou os trabalhos na embaixada, mas no ano seguinte voltou para os Estados Unidos, onde morreu em 1983 aos 75 anos.
A ação dos guerrilheiros surpreendeu o regime militar e todo o Brasil.
Deixou o governo brasileiro em uma situação diplomática delicada com os Estados Unidos. Para que o sequestro fosse solucionado, o governo militar foi obrigado a ceder a todas as exigências dos sequestradores, evitando assim, que algo sucedesse ao embaixador, pondo em risco a sua vida.


Entre os presos extraditados estavam Vladimir Palmeira e José Dirceu, que tinham sido capturados em outubro do ano anterior durante um congresso clandestino da UNE (União Nacional dos Estudantes) em Ibiúna, interior de São Paulo.
Uma grande operação ofensiva foi montada, envolvendo mais cinco mil homens das três forças armadas, quatro mil policiais civis e militares, quinhentos agentes dos serviços de informações e trezentas viaturas.
Dos 12 envolvidos, oito foram presos.
Os únicos que ficaram livres foram Franklin Martins,que se exilou em Cuba e voltou ao Brasil em 1973, José Sebastião, João Lopes e Sérgio.
Do grupo, quatro morreram;Dois dos envolvidos foram assassinados logo depois do sequestro do embaixador.
José Sebastião foi baleado perto de casa,em Salvador, e não resistiu. Vera morreu vítima de câncer.
Joaquim foi preso no dia 24 de outubro de 1970 e morreu no mesmo dia durante sessão de tortura. Já Virgílio, o comandante da operação, chegou à cadeia no dia 29 de setembro de 1969 e, também torturado, acabou morto no dia seguinte.
Estas ações revolucionarias também foram conhecidas como "Vôos da Liberdade". 


Cadillac foi fundada em 1902 por Henry Leland ,mestre mecânico e empresário, que homenagiou seu pai, Antoine de la Mothe Cadillac, com o nome da empresa.
O Brasão da empresa é baseado no clube de armas, que Antoine Cadillac. havia criado na época de seu casamento em Quebec em 1687. 


A General Motors comprou a empresa em 1909 e lançou a base para a moderna produção em massa de automóveis, e estabelecendo-se como o principal automóvel de luxo americano.
Cadillac é o primeiro carro americano a vencer o prestigiado Troféu Dewar do Royal Automobile Club da Inglaterra,