sexta-feira, 15 de março de 2013


PINAR ( Pioneiro da Indústria Nacional de Automóveis Reunidas ) 1951 

Quem sabe o título de “primeiro automóvel totalmente brasileiro” poderia ter sido do PINAR, cuja sigla significa; Pioneiro da Indústria Nacional de Automóveis Reunidas.
O veículo teria sido projetado pelos amigos Edvaldo Oliveira dos Santos e João Gimenes, respectivamente capitão e tenente, ambos trabalhando para o Serviço de Motorização do Exército.
A construção ficou a cargo de Domingos Otolini.Nesta época o Serviço de Motorização do Exército era fortemente ligado à Fábrica Nacional de Motores,por isso,algumas fontes citam o Pinar como um “projeto oficial da FNM”.  

Otolini possuía uma empresa metalúrgica no bairro da Tijuca/RJ, chamada Produtos Nei – e foi nas oficinas da empresa que os protótipos foram produzidos. Foram fabricados a mão três protótipos: um sedan de 4 portas, um coupê e um conversível.
Não existe nenhum indício seguro como projetos ou documento sobre o Pinar nos arquivos do Exército. Há sim, esboços de projetos para a fabricação de um automóvel de passeio de 1950,na biblioteca do Instituto Militar de Engenharia (IME). Contudo, esses documentos não indicam explicitamente se tratar do Pinar.
Por essas razões, acredita-se que o automóvel não tenha sido um projeto oficial do Serviço de Motorização do Exército ou da FNM, mas sim uma iniciativa particular dos amigos Santos, Gimenes e Otolini, e que o objetivo era o de “vender” a idéia ao Governo Federal, que poderia aproveitar as instalações da própria Fábrica Nacional de Motores para a fabricação do automóvel em larga escala.  

A apresentação do automóvel ao Presidente Getúlio Vargas também é controversa e tem duas versões. A primeira, oficial, diz que Getúlio conheceu e andou no Pinar durante a Exposição Industrial de Água Branca de 1951,em São Paulo. O modelo conversível teria chegado à capital paulista rodando pela antiga Rodovia Rio-São Paulo, e despertado a curiosidade das pessoas por onde passava.
O Pinar era um automóvel pequeno, com design bastante controverso. Apesar da enorme grade frontal cromada (no melhor estilo americano da época), o motor estava instalado na traseira do veículo.
Segundo a revista “O Cruzeiro”, o carro era “bonito por fora,mas horripilante por dentro”. Mas as poucas fotos da época indicam que o automóvel não era exatamente bonito.  

Na visão dos seus criadores,o Pinar era um projeto que utilizava tecnologia 100% nacional, embora seu motor a ar nada mais fosse que uma cópia fiel do motor boxer da Volkswagen, uma empresa ainda desconhecida por aqui e cujos primeiros automóveis começavam a desembarcar no Brasil,pelas mãos da Brasmotor.
Com a recusa de Getúlio Vargas em produzir o Pinar,os três protótipos teriam sido divididos entre seus idealizadores... 

Foto Pesquisa -Maxicar