quarta-feira, 17 de abril de 2013




SERVIÇO AUTORIZADO DEKABRAS - CONCESSIONÁRIA  DKW VEMAG .  

A Veículos e Máquinas Agrícolas S.A. (Vemag), foi fundada em 1945, em São Paulo, no bairro de Ipiranga. A fábrica de automóveis teve seu auge no final dos anos 50 e início dos 60, quando produziu sob licença os veículos da fábrica alemã DKW (integrante da Auto Union, atualmente Audi).
A Vemag também montou, inicialmente pelo sistema SKD e depois pelo sistema CKD, caminhões e automóveis de origem norte-americana.   

Em 16 de junho de 1956, o presidente Juscelino Kubitschek assinava o Decreto nº 39412 criando o GEIA ( Grupo Executivo da Indústria Automobilística ), que garantia incentivos às indústrias envolvidas na fabricação de automóveis e de autopeças.
Aproveitando o incentivo, em 19 de novembro de 1956, colocou no mercado o modelo DKW F-91 Universal, derivada do sedã alemão F-91 e de sua woodwagon, produzidos pela Auto Union.
Essa versão ``camioneta´´, era montada no Brasil com peças importadas da Alemanha, porém se constituiu num laboratório para a efetiva produção local dos automóveis DKW-Vemag, a se iniciar em 1958.
Em julho de 1958 foi apresentado o jipe Candango ( derivado do jipe alemão Munga ),e vendido inicialmente como Jipe DKW. Meses depois são apresentados o sedã ("Grande DKW-Vemag") e a "perua DKW", derivados do F-94 alemão, com grande índice de nacionalização.
Esses modelos eram equipados com um motor de 900 cm³. Os blocos destes motores, fundidos pela Sofunge, se constituíram nos primeiros blocos em ferro fundido para motores automobilísticos fundidos no Brasil.  

Em 1959, a Vemag passou a equipar seus veículos com um motor de 1000 cm³, produzido no Brasil, e em 1961 o "Grande DKW Vemag" e a "Perua DKW Vemag" passaram a ser denominados como Belcar e Vemaguet.
Em 1965, é lançada a série Rio, em homenagem aos quatrocentos anos de fundação da cidade do Rio de Janeiro.
Na Europa, a Volkswagen alemã tinha adquirido o controle acionário da Auto Union, transformando-a em Audi. No Brasil, já era forte os rumores sobre o fim da produção dos veículos DKW e o fechamento da fábrica.
Em setembro de 1967, a Volkswagen do Brasil comprou a Vemag prometendo não encerrar a produção de seus veículos.
Em dezembro, seguindo uma tendência mundial de retirada do motor dois tempos do mercado, a linha de produção foi encerrada.  

Após a venda da Vemag para a Volkswagen em 1967, seu ex-presidente Lélio de Toledo Piza (1913-2008),foi nomeado pelo ex-governador de São Paulo Abreu Sodré para a presidência do Banespa ( Banco do Estado de São Paulo ). Nos idos de 1968, Lélio veio a Florianópolis para fazer uma visita à agência do Banespa da cidade.
Para apanhá-lo no aeroporto, foi designado o funcionário que a pouco tempo havia adquirido uma Vemaguet 1967 ``0 Km´´ de cor azul tramandaí.
Ao desembarcar Lélio e o funcionário se dirigiram ao carro para guardar as malas no porta malas da Vemaguet. Ao chegar no carro, Lélio ficou muito constrangido e deu um sorriso desconcertado. Embarcaram na Vemaguet e rumaram ao centro de Florianópolis. Timidamente Lélio tomou a iniciativa de começar uma conversa:  

- Bonita Vemaguet!
- Ao que respondeu o funcionário:
Pois é seu Lélio, eu acreditei na Vemag e comprei esta Vemaguet ``0 Km´´ recentemente, pouco tempo depois venderam a Vemag para a Volkswagen e prometeram de que a fabricação do DKW continuaria. Agora, estou com um carro semi-novo desvalorizado que ninguém quer !
Lélio vendo o inconformismo do proprietário da Vemaguet pediu que ele encostasse o carro e disse-lhe:
`` Vou lhe contar o que houve meu filho.``... Em 1964 fomos à Alemanha conversar com o presidente da Volkswagen Alemã Heinz Nordhoff, pois a Volks havia comprado da Daimler Benz o Grupo Auto Union, que foi quem nos deu a licença para produzir o DKW no Brasil por 10 anos. Chegando lá, ele nos avisou que a produção do DKW seria encerrada na Alemanha e que a Volkswagen não renovaria a concessão para a Vemag, concessão que se encerrou no ano passado (1967).
Ele nos ofereceu a concessão dos carros da Audi, mas a Vemag estava muito endividada e os carros DKW já não vendiam tanto no Brasil, não tínhamos capital de giro para adequar o maquinário da fábrica para a fabricação dos Audi, portanto a Vemag estava inviabilizada comercialmente.
Daí... num domingo de 1966 eu estava no Jóquei Clube de São Paulo onde também se encontrava o Presidente da Volkswagen do Brasil. Circulando entre os convidados se encontrava um colunista social importante da cidade de São Paulo que veio me cumprimentar e me perguntou se eu tinha alguma novidade sobre o desfecho das negociações da Vemag com a Volkswagen. Eu respondi que as negociações com a FIAT estavam concluídas e que todo o parque industrial da Vemag a partir de 1967 passaria a produzir os carros FIAT no Brasil sob o comando da FIAT. 

Na mesma hora o tal colunista foi contar ao Presidente da Volkswagen que ficou branco, pois eles tinha muito medo que a FIAT se instalasse no Brasil e prejudicaria a hegemonia deles no mercado brasileiro. Na 2ª feira ele me ligou e chamou para uma conversa em que fez uma proposta irrecusável pela Vemag. Com o montante pagaríamos todas as dívidas da Vemag e ainda sairíamos com algum dinheiro para os acionistas da companhia.
Se não tivesse feito isso, eles teriam feito uma proposta ridícula pela Vemag. Durante a negociação eles prometeram que por um período manteriam o DKW em linha no Brasil, bem como suas peças de reposição, mas infelizmente não honraram a palavra empenhada. Então meu filho foi isto que aconteceu...´´