quarta-feira, 4 de setembro de 2013


CORTEJO FÚNEBRE. ASSIS CHATEAUBRIAND  

Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo (Umbuzeiro, 4 de outubro de 1892 — São Paulo, 4 de abril de 1968), mais conhecido como Assis Chateaubriand ou Chatô, foi um dos homens públicos mais influentes do Brasil nas décadas de 1940 e 1960, destacando-se como jornalista, empresário, mecenas e político.
Foi também advogado, professor de direito, escritor e membro da Academia Brasileira de Letras.  

Chateaubriand foi um magnata das comunicações no Brasil entre o final dos anos 1930 e início dos anos 1960, dono dos Diários Associados ( 34 jornais, 36 emissoras de rádio, 18 estações de televisão, uma agência de notícias, a revista semanal O Cruzeiro, a revista mensal A Cigarra, e várias revistas infantis e editoras... ), foi o maior conglomerado de mídia da América Latina.
Também era conhecido como o co criador e fundador do Museu de Arte de São Paulo (MASP - 1947), junto com Pietro Maria Bardi, e ainda como o responsável pela chegada da televisão ao Brasil, inaugurando em 1950 a primeira emissora de TV do país, a TV Tupi (em 16 de julho de 1980, devido aos vários problemas administrativos e financeiros, teve a concessão cassada pelo governo ).  

Figura polêmica e controversa, odiado e temido, Chateaubriand já foi chamado de ``Cidadão Kane Brasileiro´´, e acusado de falta de ética por supostamente chantagear empresas que não anunciavam em seus veículos e por insultar empresários com mentiras.
Seu império teria sido construído com base em interesses e compromissos políticos, incluindo uma proximidade tumultuada, porém rendosa com o Presidente Getúlio Vargas. Foi neste período Senador da República.  

Com o tempo, Chateaubriand foi dando menos importância aos jornais e focando em novas empreitadas, como o rádio e a televisão.
Na década de 1960, os jornais atolavam-se em dívidas e trocavam as grandes reportagens por matérias pagas. Era o começo do fim...  

Trabalhou até o final de vida, mesmo depois de uma trombose ocorrida em 1960, que o deixou paralisado, e só podia comunicar-se com balbucios e por uma máquina de escrever adaptada.
Em 1968, morria Chateaubriand. Seu corpo foi velado na sede dos Diários, ao lado de duas pinturas dos grandes mestres; o Cardeal de Velázquez e o Nu de Renoir, simbolizando assim as três coisas que mais amou na vida: O poder, a arte e a mulher.
Morreu com o império se esfacelando e com o surgimento do `Reinado Roberto Marinho´. 

Foto - Walter F Souza